domingo, 22 de dezembro de 2019

Deus é quem coloca e tira os governantes

"...o Altíssimo domina sobre todos os reinos dos seres humanos e os dá a quem quer, e quando deseja; e pode decidir colocar no poder o mais simples dos homens!" (Daniel 4:17)

Deus tem um propósito para a humanidade, um propósito para os eventos atuais, e Ele realizará esse propósito através da liderança que Ele colocar ou permitir que esteja naquela posição, seja para a bonança, seja para adversidade. 

Em primeiro lugar, é preciso confiar que Deus está no controle de tudo, tanto na bonança, quanto na adversidade. E para confiarmos em Deus, devemos sempre ver as circunstâncias adversas com os olhos da fé, e não com os dos sentidos. Confiar na bonança pode ser mais fácil. O difícil mesmo é continuar confiando na adversidade. A fé para confiar em Deus na adversidade vem apenas pela Palavra de Deus. É apenas das Escrituras, aplicadas a nosso coração pelo Espírito Santo, que recebemos a graça de confiar em Deus na adversidade. "Deus, em seu amor, sempre deseja o que é melhor para nós. Em sua sabedoria, sempre sabe o que melhor, e em sua soberania, tem o poder de concretizá-lo."

A Bíblia registra que Nabucodonosor, um poderoso governante do Império Babilônico há seiscentos anos antes de Cristo, recebeu uma visão de Deus. O profeta Daniel interpretou esse sonho. Daniel explicou que Deus entregou essa visão a Nabucodonosor "para mostrar que o Altíssimo domina sobre todos os reinos dos seres humanos e os dá a quem quer, e quando deseja; e pode decidir colocar no poder o mais simples dos homens!" (Daniel 4:17).

Como está implícito nas palavras de Daniel, Nabucodonosor não era um homem agradável. Ele jogava pessoas vivas em fornalhas acesas se não se curvassem ao seu ídolo. Ele ameaçou assassinar todos os seus conselheiros se eles não interpretassem seu sonho.

Nos últimos tempos, poucos países desenvolvidos experimentaram um governante tão violento. No entanto, a Bíblia mostra claramente que às vezes Deus coloca líderes terríveis em posições de grande poder com o claro propósito de realizar Seus planos.

Certamente, isso ocorreu com o faraó do êxodo, cujo coração Deus endureceu uma e outra vez até o Egito ser humilhado por tratar mal Seu povo Israel. Deus enviou Moisés para dizer a Faraó: "Mas, na verdade, para isso te hei mantido com vida, para te mostrar o Meu poder, e para que o Meu nome seja anunciado em toda a terra" (Êxodo 9:16).

Algumas vezes, Deus esteve diretamente envolvido na escolha de indivíduos a posições muito proeminentes. Ele inspirou o profeta Isaías a anunciar, com antecedência, a ascensão de Ciro, o Grande, ao poder para cumprir Seu propósito (Isaías 45:1). E um século e meio depois, Deus colocou Ciro sobre o Império Persa.

Noutra ocasião, Daniel declarou: "Louvado seja o nome de Deus para todo o sempre… Ele muda as épocas e as estações; destrona reis e os estabelece" (Daniel 2:20-21, NVI). O apóstolo Paulo, escrevendo aos cristãos que viviam na capital do Império Romano, escreveu: "Nenhuma autoridade existe sem a permissão de Deus, e as que existem foram colocadas nos seus lugares por ele" (Romanos 13:1, BLH; Salmos 75:6-7, João 19:10-11).

Isso significa que Deus de alguma forma "endossa" qualquer líder com todas as suas falhas e fraquezas? Não. O que isso significa é que Deus tem um propósito para a humanidade, um propósito para os eventos atuais, e Ele realizará esse propósito através da liderança que Ele colocar ou permitir que esteja naquela posição. E essa liderança permanecerá nessa posição até o dia em que ele quiser. De fato, Deus estabelece e destrona governantes e, em uma democracia, Ele faz isso impulsionando ou refreando a vontade do próprio povo. (Veja como Deus faz isso em Êxodo 3 e 12)

Embora as Escrituras mostrem que, às vezes, Deus realmente decide quem será o governante oficial de uma nação, Ele também permite que as pessoas escolham governantes que não compactuam dos valores ensinados nas Sagradas Escrituras, mesmo em detrimento delas. Em certa ocasião, Ele criticou Seu povo com estas palavras: "Israel desprezou o bem… Eles fizeram reis, mas não por Mim" (Oséias 8:3-4). A lição é clara: Deus só aprova aqueles governantes que não "rejeitam o bem", como definido por Ele. Entretanto, para juízo do povo, ele pode manter aqueles governantes que praticam o mal.

O apóstolo Paulo dá este excelente conselho aos cristãos que questionam o que pensar e fazer quanto aos seus governantes: "Exorto, pois, antes de tudo que se façam súplicas, orações, intercessões, e ações de graças por todos os homens, pelos reis, e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e sossegada, em toda a piedade e honestidade" (1 Timóteo 2:1-2).

Portanto, é nosso dever orar para que Deus proveja governantes que trabalhem para tornar possível ao povo viver "uma vida tranquila e sossegada, em toda a piedade e honestidade", que é agradável e apropriada aos olhos de Deus. É também nosso dever cobrar desses governantes a prática do bem. Entretanto, é fundamental reconhecer a vontade de Deus antes de esperar que Ele ouça nossas orações (ver 1 João 3:22). Até mesmo Jesus, que tinha plena fé nas decisões de Deus, orou: "Todavia não se faça a Minha vontade, mas a Tua" (Lucas 22:42). E é na Palavra de Deus, a Bíblia, onde podemos encontrar Sua vontade revelada.

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Jovens cristãos abandonam a igreja nos anos da faculdade

As igrejas podem estar cheias de adolescentes, mas um novo estudo publicado na última semana mostra que estudantes universitários podem ser mais raros nos cultos de domingo.

Segundo a pesquisa da LifeWay Research, 66% dos jovens deixaram de frequentar a igreja por pelo menos um ano entre 18 e 22 anos. Outros 34% continuaram frequentando duas vezes por mês ou mais.

Embora o índice de 66% seja preocupante para os líderes, os números podem parecer mais promissores quando comparados a um estudo de 2007 da LifeWay Research. Anteriormente, 70% dos jovens entre 18 e 22 anos saíram da igreja por pelo menos um ano.

“A boa notícia para os líderes cristãos é que as igrejas parecem não estar perdendo mais estudantes do que há dez anos. No entanto, a diferença na taxa de desistência não é grande o suficiente para dizer que realmente melhorou”, disse Scott McConnell, diretor executivo da LifeWay Research.

A taxa de saída da igreja aumenta com a idade, conclui o estudo. Enquanto 69% frequentava a igreja aos 17 anos, o índice cai para 58% aos 18 anos e 40% aos 19 anos. Quando chegam aos 20 anos, cerca de 1 em cada 3 frequentam a igreja regularmente.

Por que eles desistem?

Praticamente todos os que abandonaram a igreja (96%) apontaram sua mudança de vida como motivo para desistir. Outra parte das razões está relacionada à igreja ou pastor (73%); crenças religiosas, éticas ou políticas (70%) ou ministério de jovens (63%).

“A maioria dos motivos pelos quais os jovens saem da igreja reflete mudanças em suas prioridades e hábitos”, disse McConnell. “Mesmo quando as igrejas comunicam fielmente suas crenças através de palavras e ações, nem todo jovem abraça ou prioriza essas crenças”.

Quase metade (47%) daqueles que deixaram a igreja disseram que a faculdade desempenhou um papel em sua ausência por pelo menos um ano.

Cinco motivos específicos estiveram entre os mais citados: entrar na faculdade (34%); membros da igreja que parecem julgadores ou hipócritas (32%); não se sentir mais conectado com as pessoas da igreja (29%); discordar da posição da igreja sobre questões políticas ou sociais (25%); e responsabilidades de trabalho (24%).

Entre todos os que abandonaram a igreja, 29% disseram que a pausa foi planejada. Outros 71% afirmaram que sua saída não foi intencional.

“Na maior parte, as pessoas não estão deixando a igreja por amargura, influência dos ateus na faculdade ou a renúncia à fé”, disse Ben Trueblood, diretor do ministério de estudantes da LifeWay. “O tempo que eles passavam com as atividades na igreja foi simplesmente substituído por outra coisa”.

Onde eles estão agora?

Nem todos os adolescentes saem da igreja quando são jovens adultos. Um índice de 34% frequentou cultos duas vezes por mês ou mais aos 22 anos.

Quando questionados por que decidiram ficar, mais da metade disse que a igreja era uma parte vital de seu relacionamento com Deus (56%) e que a igreja ajudava a orientar suas decisões na vida cotidiana (54%). Quatro em 10 (43%) queriam seguir o exemplo dos pais ou outro membro da família.

Entre aqueles que desistiram da igreja por pelo menos um ano, 31% estão atualmente frequentando duas ou mais vezes por mês.

“Em algum nível, podemos ser encorajados que alguns retornem. Ao mesmo tempo, devemos reconhecer que quando alguém desiste nesses anos, há uma chance de 69% de que eles fiquem fora”, analisou Trueblood.

Para evitar esse movimento, Trueblood afirmou que as igrejas devem ter um foco estratégico nos indivíduos durante os anos tradicionais da faculdade. “Em muitos lugares esta é uma área do ministério esquecida e sem recursos. O foco é colocado nas crianças, estudantes e só volta até que entrem no estágio de ‘família jovem’. Isso precisa mudar”.

Entre aqueles que frequentaram uma igreja protestante quando eram adolescentes, 7 em cada 10 dizem continuam sendo protestantes agora. Outros 10% se identificam como católicos, 4% são agnósticos e 3% ateus.

“Enquanto alguns jovens adultos que deixam a igreja estão rejeitando sua fé de infância, a maioria está escolhendo manter as crenças que tinham, mas com uma dose menor de igreja”, disse McConnell.

Por Mundo Cristão

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Críticas destrutivas: um problema de quem faz, não de quem recebe

As críticas destrutivas são motivadas por uma ou mais das seguintes razões:

1) Sentimentos de inferioridade;
2) Insatisfação consigo mesmo;
3) Necessidade de se integrar na comunidade;
4) Vingança e covardia;
5) Narcisismo e egocentrismo.

Diante dos críticos destrutivos, a única solução é se afastar deles.

Para gerenciar e conviver com esta epidemia social de críticas destrutivas devemos nos afastar ou nos protegermos dessas pessoas tóxicas. Essas pessoas são seres negativos cujo padrão de comportamento é envenenar as pessoas, ou seja, “colocar uns contra os outros”.

O mais sensato é se afastar, principalmente quando tentam nos tornar “cúmplices” da sua crítica. Não nos esqueçamos de que a interação com essas pessoas pode prejudicar a nossa saúde emocional e social.

A chave é não se deixar contaminar e nem ser afetado pela crítica quando o alvo somos nós. Lembre-se de que a crítica fala mais daquele que critica do que da pessoa que é criticada. É um problema pessoal do outro, não nosso.

“Para evitar as críticas não faça nada, não diga nada, não seja nada”. -Elbert Hubbard-

Muitas vezes criticamos e julgamos as pessoas sem qualquer intenção construtiva. Por alguma razão, existem pessoas que projetam a sua negatividade e as suas inseguranças julgando o que os outros fazem ou deixam de fazer, dizem ou deixam de dizer, através das críticas. São pessoas que se dedicam a transmitir e disseminar o que acreditam que são defeitos e maus exemplos de comportamento.

Em maior ou menor grau, todos nós já fomos vítimas e produtores de julgamentos e críticas destrutivas. Na verdade, a prática de criticar atingiu tal magnitude que agora proliferam programas de televisão e de rádio que se baseiam unicamente nisso: na tentativa de prejudicar as pessoas criticando e julgando o seu comportamento. Atualmente, esses programas estão se tornando cada vez mais populares e têm níveis muito elevados de audiência. O que está acontecendo? Por que gostamos de criticar?

Compreender o mecanismo da crítica pode nos ajudar a entender como este padrão de comportamento funciona. Falaremos neste artigo sobre algumas das principais razões pelas quais as pessoas agridem e prejudicam os outros por meio de julgamentos e críticas destrutivas.

“Tudo, absolutamente tudo, é criticável. É apenas uma questão de imaginação”.

1. Os sentimentos de inferioridade

Os sentimentos de inferioridade podem ser uma motivação para criticar os outros. Às vezes, essa motivação são os sentimentos de superioridade. Neste sentido, para muitas pessoas o sentimento de superioridade é apenas um disfarce para o seu sentimento de inferioridade, um lugar onde elas não se sentem tão inseguras.

Então, elas tentam satisfazer a necessidade de se sentirem poderosas e superiores, independentemente dos meios, mesmo que seja passando por cima de alguém e prejudicando a sua imagem através das críticas.

“Para algumas pessoas, quando faltam músculos nos braços, sobram na língua.” -Miguel Delibes-

2. A insatisfação consigo mesmo

Nós criticamos os outros para que os nossos próprios defeitos sejam minimizados diante dos demais e de nós mesmos. Quando criticamos alguém, nos enganamos com a ilusão de que o problema está na outra pessoa e não em nós mesmos. Quando criticamos nos convencemos de que os outros também erram, e de que os seus erros são maiores do que os nossos para não nos sentirmos tão mal.

Assim, quando criticamos mostramos os reflexos do que nos incomoda em nós mesmos: projetamos os nossos medos e inseguranças. Na verdade, quando não aceitamos algumas das nossas características e as reconhecemos nos outros, elas geram uma grande rejeição e ativam o nosso senso crítico. Este fenômeno tem um nome e é conhecido como “o eu rejeitado”.

As pessoas ciumentas e invejosas são muito críticas. Quando se sentem inferiores a alguém ativam um mecanismo de defesa que consiste em diminuir as qualidades da outra pessoa através da crítica. Nestes casos, é normal que aumentem os defeitos da outra pessoa ou até mesmo inventem.

“Essas pessoas não estão acostumadas a fazer autocríticas, as suas energias são dirigidas para julgar os outros. Neste sentido, elas olham para o outro, porque temem o que podem ver em si mesmas”.

3. A necessidade de se integrar na comunidade

As relações sociais de algumas pessoas se baseiam em criticar os outros. Alguns estudos nos mostram que, para garantir a nossa participação em um grupo, muitas vezes tendemos a criticar as pessoas de grupos diferentes. Dessa forma, a crítica atua como um reforçador desse “sentimento de pertencer”, para si mesmo e, muitas vezes, para os outros membros do grupo.

Neste contexto, a crítica será muito influenciada pela atitude do grupo. Se o grupo aprova e aceita, isto será reforçado: é muito provável que as críticas aumentem em intensidade e frequência. Por outro lado, em caso de rejeição, a pessoa que procura fortalecer o seu “sentimento de pertencer” buscará outros caminhos.

Finalmente, quando acreditamos que somos especialistas em algum assunto, podemos criticar os outros para demonstrar o que sabemos e reafirmarmos a nossa posição. Isto reflete uma falta de autoestima e um desejo de admiração não resolvido ou mal resolvido, em qualquer caso, insatisfeito.

4. Vingança e covardia

Uma das razões que podem levar alguém a criticar outra pessoa pode ser o desejo de vingança. Pode haver situações que não foram totalmente assimiladas, estão mal resolvidas ou sem perdão. Nestes casos, a crítica é usada como uma ferramenta de humilhação e vingança. Quando não temos coragem de dizer algo “na cara” de uma pessoa que nos prejudicou recorremos à crítica para esconder a nossa frustração, raiva ou insatisfação.

“A crítica é, na realidade, um lugar onde nós colocamos a nossa raiva. Então, o que fazemos? Começamos a criticar, porque acreditamos que isto é melhor do que enfrentar a nossa própria raiva”. -Jorge Cassieri-

A crítica como vingança tem muito a ver com a vingança como manipulação. Às vezes, critica-se com a intenção perversa de colocar alguém contra a pessoa criticada, para bani-la do grupo, para isolá-la…

5. Narcisismo e egocentrismo

Quando nos sentimos com direito a um tratamento ou condição especial e acreditamos que não estamos recebendo o que temos direito, sentimos que nos devem algo. Às vezes, por um sentimento narcisista, acreditamos que os outros devem se colocar a nosso serviço. Quando sentimos que este não é o caso, podemos usar a crítica para reclamar, menosprezar e fazer o outro se sentir mal.

“Em vez de criticar, elogie. Em um mês você notará uma enorme mudança em si mesmo”. -Alejandro Chaban-

Atitude diante das críticas destrutivas

É inquestionável que as críticas, quaisquer que sejam as suas formas, são inevitáveis. Neste sentido, como explica Stamateas, se aplica a “lei dos três terços”. Existe um terço de pessoas que nos amam, outro terço de pessoas que nos odeiam e outro terço são pessoas que não nos conhecem e, mesmo assim, falam de nós.

No entanto, não podemos subestimar o poder negativo e destrutivo que algumas críticas podem alcançar. Winston Churchill comparou a crítica com uma dor que podemos vir a sentir fisicamente. Um estudo recente revelou que as experiências de rejeição, críticas e humilhação são processadas ​​pela mesma área do cérebro que é responsável pelo processamento da dor.

“Com as pedras que os críticos lançam continuamente, você pode erguer um monumento”. -Kant-

quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Um engano chamado Teologia Inclusiva

O padrão de Deus para o exercício da sexualidade humana é o relacionamento entre um homem e uma mulher no ambiente do casamento. Nesta área, a Bíblia só deixa duas opções para os cristãos: casamento heterossexual e monogâmico ou uma vida celibatária. À luz das Escrituras, relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo são vistas não como opção ou alternativa, mas sim como abominação, pecado e erro, sendo tratada como prática contrária à natureza. Contudo, neste tempo em que vivemos, cresce na sociedade em geral, e em setores religiosos, uma valorização da homossexualidade como comportamento não apenas aceitável, mas supostamente compatível com a vida cristã. Diferentes abordagens teológicas têm sido propostas no sentido de se admitir que homossexuais masculinos e femininos possam ser aceitos como parte da Igreja e expressar livremente sua homoafetividade no ambiente cristão.

Existem muitas passagens na Bíblia que se referem ao relacionamento sexual padrão, normal, aceitável e ordenado por Deus, que é o casamento monogâmico heterossexual. Desde o Gênesis, passando pela lei e pela trajetória do povo hebreu, até os evangelhos e as epístolas do Novo Testamento, a tradição bíblica aponta no sentido de que Deus criou homem e mulher com papéis sexuais definidos e complementares do ponto de vista moral, psicológico e físico. Assim, é evidente que não é possível justificar o relacionamento homossexual a partir das Escrituras, e muito menos dar à Bíblia qualquer significado que minimize ou neutralize sua caracterização como ato pecaminoso. Em nenhum momento, a Palavra de Deus justifica ou legitima um estilo homossexual de vida, como os defensores da chamada “teologia inclusiva” têm tentado fazer. Seus argumentos têm pouca ou nenhuma sustentação exegética, teológica ou hermenêutica.

A “teologia inclusiva” é uma abordagem segundo a qual, se Deus é amor, aprovaria todas as relações humanas, sejam quais forem, desde que haja este sentimento. Essa linha de pensamento tem propiciado o surgimento de igrejas onde homossexuais, nesta condição, são admitidos como membros e a eles é ensinado que o comportamento gay não é fator impeditivo à vida cristã e à salvação. Assim, desde que haja amor genuíno entre dois homens ou duas mulheres, isso validaria seu comportamento, à luz das Escrituras. A falácia desse pensamento é que a mesma Bíblia que nos ensina que Deus é amor igualmente diz que ele é santo e que sua vontade quanto à sexualidade humana é que ela seja expressa dentro do casamento heterossexual, sendo proibidas as relações homossexuais.

Em segundo lugar, a “teologia inclusiva” defende que as condenações encontradas no livro de Levítico se referem somente às relações sexuais praticadas em conexão com os cultos idolátricos e pagãos, como era o caso dos praticados pelas nações ao redor de Israel. Além disso, tais proibições se encontram ao lado de outras regras contra comer sangue ou carne de porco, que já seriam ultrapassadas e, portanto, sem validade para os cristãos. Defendem ainda que a prova de que as proibições das práticas homossexuais eram culturais e cerimoniais é que elas eram punidas com a morte – coisa que não se admite a partir da época do Novo Testamento. É fato que as relações homossexuais aconteciam inclusive – mas não exclusivamente – nos cultos pagãos dos cananeus.

Contudo, fica evidente que a condenação da prática homossexual transcende os limites culturais e cerimoniais, pois é repetida claramente no Novo Testamento. Ela faz parte da lei moral de Deus, válida em todas as épocas e para todas as culturas. A morte de Cristo aboliu as leis cerimoniais, como a proibição de se comer determinados alimentos, mas não a lei moral, onde encontramos a vontade eterna do Criador para a sexualidade humana. Quando ao apedrejamento, basta dizer que outros pecados punidos com a morte no Antigo Testamento continuam sendo tratados como pecado no Novo, mesmo que a condenação capital para eles tenha sido abolida – como, por exemplo, o adultério e a desobediência contumaz aos pais.

PECADO E DESTRUIÇÃO

Os teólogos inclusivos gostam de dizer que Jesus Cristo nunca falou contra o homossexualismo. Em compensação, falou bastante contra a hipocrisia, o adultério, a incredulidade, a avareza e outros pecados tolerados pelos cristãos. Este é o terceiro ponto: sabe-se, todavia, que a razão pela qual Jesus não falou sobre homossexualidade é que ela não representava um problema na sociedade judaica de sua época, que já tinha como padrão o comportamento heterossexual. Não podemos dizer que não havia judeus que eram homossexuais na época de Jesus, mas é seguro afirmar que não assumiam publicamente esta conduta. Portanto, o homossexualismo não era uma realidade social na Palestina na época de Jesus. Todavia, quando a Igreja entrou em contato com o mundo gentílico – sobretudo as culturas grega e romana, onde as práticas homossexuais eram toleradas, embora não totalmente aceitas –, os autores bíblicos, como Paulo, incluíram as mesmas nas listas de pecados contra Deus. Para os cristãos, Paulo e demais autores bíblicos escreveram debaixo da inspiração do Espírito Santo enviado por Jesus Cristo. Portanto, suas palavras são igualmente determinantes para a conduta da Igreja.

O quarto ponto equivocado da abordagem que tenta fazer do comportamento gay algo normal e aceitável no âmbito do Cristianismo é a suposição de que o pecado de Sodoma e Gomorra não foi o homossexualismo, mas a falta de hospitalidade para com os hóspedes de Ló. A base para esta afirmação é que se diz, no original hebraico, que os homens de Sodoma queriam “conhecer” os hóspedes de Ló (Gênesis 19.5) e não abusar sexualmente deles, como é traduzido em várias versões, como na Almeida atualizada. Já a Nova versão internacional e a Nova tradução na linguagem de hoje dizem que os concidadãos de Ló queriam “ter relações” com os visitantes, enquanto a SBP é ainda mais clara: “Queremos dormir com eles”. Usando-se a regra de interpretação simples de analisar palavras em seus contextos, percebe-se que o termo hebraico usado para dizer que os homens de Sodoma queriam “conhecer” os hóspedes de Ló (yadah) é o mesmo termo que Ló usa para dizer que suas filhas, que ele oferecia como alternativa à tara daqueles homens, eram virgens: “Elas nunca conheceram (yadah) homem”, diz o versículo 8. “Assim, fica evidente que “conhecer”, no contexto da passagem de Gênesis, significa ter relações sexuais. Foi esta a interpretação de Filo, autor judeu do século 1º, em sua obra sobre a vida de Abraão: segundo ele, os homens de Sodoma se acostumaram gradativamente a ser tratados como mulheres.”

Ainda sobre o pecado cometido naquelas cidades bíblicas, que acabaria acarretando sua destruição, a “teologia inclusiva” defende que o profeta Ezequiel claramente diz que o erro daquela gente foi a soberba e a falta de amparo ao pobre e ao necessitado (Ez 16.49). Contudo, muito antes de Ezequiel, o “sodomita” era colocado ao lado da prostituta na lei de Moisés: o rendimento de ambos, fruto de sua imoralidade sexual, não deveria ser recebido como oferta a Deus, conforme Deuteronômio 23.18. Além do mais, quando lemos a declaração do profeta em contexto, percebemos que a soberba e a falta de caridade era apenas um entre os muitos pecados dos sodomitas. Ezequiel menciona as “abominações” dos sodomitas, as quais foram a causa final da sua destruição: “Eis que esta foi a iniquidade de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão e próspera tranquilidade teve ela e suas filhas; mas nunca amparou o pobre e o necessitado. Foram arrogantes e fizeram abominações diante de mim; pelo que, em vendo isto, as removi dali” (Ez 16.49-50). Da mesma forma, Pedro, em sua segunda epístolas, refere-se às práticas pecaminosas dos moradores de Sodoma e Gomorra tratando-as como “procedimento libertino”.

Um quinto argumento é que haveria alguns casos de amor homossexual na Bíblia, a começar pelo rei Davi, para quem o amor de seu amigo Jônatas era excepcional, “ultrapassando o das mulheres” (II Samuel 1.26). Contudo, qualquer leitor da Bíblia sabe que o maior problema pessoal de Davi era a falta de domínio próprio quanto à sua atração por mulheres. Foi isso que o levou a casar com várias delas e, finalmente, a adulterar com Bate-Seba, a mulher de Urias. Seu amor por Jônatas era aquela amizade intensa que pode existir entre duas pessoas do mesmo sexo e sem qualquer conotação erótica. Alguns defensores da “teologia inclusiva” chegam a categorizar o relacionamento entre Jesus e João como homoafetivo, pois este, sendo o discípulo amado do Filho de Deus, numa ocasião reclinou a sua cabeça no peito do Mestre (João 13.25). Acontece que tal atitude, na cultura oriental, era uma demonstração de amizade varonil – contudo, acaba sendo interpretada como suposta evidência de um relacionamento homoafetivo. Quem pensa assim não consegue enxergar amizade pura e simples entre pessoas do mesmo sexo sem lhe atribuir uma conotação sexual.

“TORPEZA”

Há uma sexta tentativa de reinterpretar passagens bíblicas com objetivo de legitimar a homossexualidade. Os propagadores da “teologia gay” dizem que, no texto de Romanos 1.24-27, o apóstolo Paulo estaria apenas repetindo a proibição de Levítico à prática homossexual na forma da prostituição cultual, tanto de homens como de mulheres – proibição esta que não se aplicaria fora do contexto do culto idolátrico e pagão. Todavia, basta que se leia a passagem para ficar claro o que Paulo estava condenando. O apóstolo quis dizer exatamente o que o texto diz: que homens e mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza, e que se inflamaram mutuamente em sua sensualidade – homens com homens e mulheres com mulheres –, “cometendo torpeza” e “recebendo a merecida punição por seus erros”. E ao se referir ao lesbianismo como pecado, Paulo deixa claro que não está tratando apenas da pederastia, como alguns alegam, visto que a mesma só pode acontecer entre homens, mas a todas as relações homossexuais, quer entre homens ou mulheres.

É alegado também que, em I Coríntios 6.9, os citados efeminados e sodomitas não seriam homossexuais, mas pessoas de caráter moral fraco (malakoi, pessoa “macia” ou “suave”) e que praticam a imoralidade em geral (arsenokoites, palavra que teria sido inventada por Paulo). Todavia, se este é o sentido, o que significa as referências a impuros e adúlteros, que aparecem na mesma lista? Por que o apóstolo repetiria estes conceitos? Na verdade, efeminado se refere ao que toma a posição passiva no ato homossexual – este é o sentido que a palavra tem na literatura grega da época, em autores como Homero, Filo e Josefo – e sodomita é a referência ao homem que deseja ter coito com outro homem.

Há ainda uma sétima justificativa apresentada por aqueles que acham que a homossexualidade é compatível com a fé cristã. Segundo eles, muitas igrejas cristãs históricas, hoje, já aceitam a prática homossexual como normal – tanto que homossexuais praticantes, homens e mulheres, têm sido aceitos não somente como membros mas também como pastores e pastoras.

Essas igrejas, igualmente, defendem e aceitam a união civil e o casamento entre pessoa do mesmo sexo. É o caso, por exemplo, da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos – que nada tem a ver com a Igreja Presbiteriana do Brasil –, da Igreja Episcopal no Canadá e de igrejas em nações européias como Suécia, Noruega e Dinamarca, entre outras confissões. Na maioria dos casos, a aceitação da homossexualidade provocou divisões nestas igrejas, e é preciso observar, também, que só aconteceu depois de um longo processo de rejeição da inspiração, infalibilidade e autoridade da Bíblia. Via de regra, essas denominações adotaram o método histórico-crítico – que, por definição, admite que as Sagradas Escrituras são condicionadas culturalmente e que reflete os erros e os preconceitos da época de seus autores. Desta feita, a aceitação da prática homossexual foi apenas um passo lógico. Outros ainda virão. Todavia, cristãos que recebem a Bíblia como a infalível e inerrante Palavra de Deus não podem aceitar a prática homossexual, a não ser como uma daquelas relações sexuais consideradas como pecaminosas pelo Senhor, como o adultério, a prostituição e a fornicação.

Contudo, é um erro pensar que a Bíblia encara a prática homossexual como sendo o pecado mais grave de todos. Na verdade, existe um pecado para o qual não há perdão, mas com certeza não se trata da prática homossexual: é a blasfêmia contra o Espírito Santo, que consiste em atribuir a Satanás o poder pelo qual Jesus Cristo realizou os seus milagres e prodígios aqui neste mundo, mencionado em Marcos 3.22-30. Consequentemente, não está correto usar a Bíblia como base para tratar homossexuais como sendo os piores pecadores dentre todos, que estariam além da possibilidade de salvação e que, portanto, seriam merecedores de ódio e desprezo. É lamentável e triste que isso tenha acontecido no passado e esteja se repetindo no presente. A mensagem da Bíblia é esta: “Todos pecaram e carecem da glória de Deus”, conforme Romanos 3.23. Todos nós precisamos nos arrepender de nossos pecados e nos submetermos a Jesus Cristo, o Salvador, pela fé, para recebermos o perdão e a vida eterna.

Lembremos ainda que os autores bíblicos sempre tratam da prática homossexual juntamente com outros pecados. O 20º capítulo de Levítico proíbe não somente as relações entre pessoas do mesmo sexo, como também o adultério, o incesto e a bestialidade. Os sodomitas e efeminados aparecem ao lado dos adúlteros, impuros, ladrões, avarentos e maldizentes, quando o apóstolo Paulo lista aqueles que não herdarão o Reino de Deus (I Coríntios 6.9-10). Porém, da mesma forma que havia nas igrejas cristãos adúlteros e prostitutas que haviam se arrependido e mudado de vida, mediante a fé em Jesus Cristo, havia também efeminados e sodomitas na lista daqueles que foram perdoados e transformados.

COMPAIXÃO

É fundamental, aqui, fazer uma importante distinção. O que a Bíblia condena é a prática homossexual, e não a tentação a esta prática. Não é pecado ser tentado ao homossexualismo, da mesma forma que não é pecado ser tentado ao adultério ou ao roubo, desde que se resista. As pessoas que sentem atração por outras do mesmo sexo devem lembrar que tal desejo é resultado da desordem moral que entrou na humanidade com a queda de Adão e que, em Cristo Jesus, o segundo Adão, podem receber graça e poder para resistir e vencer, sendo justificados diante de Deus.

Existem várias causas identificadas comumente para a atração por pessoas do mesmo sexo, como o abuso sexual sofrido na infância. Muitos gays provêm de famílias disfuncionais ou tiveram experiências negativas com pessoas do sexo oposto. Há aqueles, também, que agem deliberadamente por promiscuidade e têm desejo de chocar os outros. Um outro fator a se levar em conta são as tendências genéticas à homossexualidade, cuja existência não está comprovada até agora e tem sido objeto de intensa polêmica. Todavia, do ponto de vista bíblico, o homossexualismo é o resultado do abandono da glória de Deus, da idolatria e da incredulidade por parte da raça humana, conforme Romanos 1.18-32. Portanto, não é possível para quem crê na Bíblia justificar as práticas homossexuais sob a alegação de compulsão incontrolável e inevitável, muito embora os que sofrem com esse tipo de impulso devam ser objeto de compaixão e ajuda da Igreja cristã.

É preciso também repudiar toda manifestação de ódio contra homossexuais, da mesma forma com que o fazemos em relação a qualquer pessoa. Isso jamais nos deveria impedir, todavia, de declarar com sinceridade e respeito nossa convicção bíblica de que a prática homossexual é pecaminosa e que não podemos concordar com ela, nem com leis que a legitimam. Diante da existência de dispositivos legais que permitem que uma pessoa deixe ou transfira seus bens a quem ele queira, ainda em vida, não há necessidade de leis legitimando a união civil de pessoas de mesmo sexo – basta a simples manifestação de vontade, registrada em cartório civil, na forma de testamento ou acordo entre as partes envolvidas. O reconhecimento dos direitos da união homoafetiva valida a prática homossexual e abre a porta para o reconhecimento de um novo conceito de família. No Brasil, o reconhecimento da união civil de pessoas do mesmo sexo para fins de herança e outros benefícios aconteceu ao arrepio do que diz a Constituição: “Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento” (Art. 226, § 3º).

Cristãos que recebem a Bíblia como a palavra de Deus não podem ser a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, uma vez que seria a validação daquilo que as Escrituras, claramente, tratam como pecado. O casamento está no âmbito da autoridade do Estado e os cristãos são orientados pela Palavra de Deus a se submeter às autoridades constituídas; contudo, a mesma Bíblia nos ensina que nossa consciência está submissa, em última instância, à lei de Deus e não às leis humanas – “Importa antes obedecer a Deus que os homens” (Atos 5.29). Se o Estado legitimar aquilo que Deus considera ilegítimo, e vier a obrigar os cristãos a irem contra a sua consciência, eles devem estar prontos a viver, de maneira respeitosa e pacífica em oposição sincera e honesta, qualquer que seja o preço a ser pago.

Texto originalmente publicado no site O Tempora, O Mores.

sábado, 5 de janeiro de 2019

Entendendo o movimento de restauração e o movimento apostólico

Nunca se viu tantos apóstolos como neste início de século. Em cada canto, esquina e cidade encontramos alguém reivindicando o direito de ser chamado apóstolo.

O chamado movimento de restauração defende a tese de que Deus está restaurando a igreja. Para estes, após a morte dos primeiros apóstolos, a igreja de Cristo paulatinamente experimentou um processo de declínio espiritual culminando com a apostasia vivenciada pelos seus adeptos no período da idade média.

Com o advento da Reforma Protestante, os defensores desta teologia afirmam que Deus começou a restaurar a saúde da igreja. Segundo estes, Lutero foi responsável pela redescoberta da salvação pela graça, e agora no século XXI, estamos vivendo a restauração do ministério apostólico. Os teólogos desta linha de pensamento afirmam que a restauração dos apóstolos é uma das últimas coisas a serem feitas pelo Senhor, antes de sua vinda. Para os adeptos desta linha de pensamento, os apóstolos de hoje possuem, em alguns casos, maior autoridade do que os apóstolos do primeiro século, até porque, para os defensores desta corrente teológica a glória da segunda casa será maior do que a primeira.

Para estes o ministério apostólico não acabou. Na verdade, tais teólogos advogam que o ministério apostólico é perpétuo e que o livro de Atos ainda continua a ser escrito por santos homens de Deus, os quais, mediante a sua autoridade apostólica, agem em nome do Senhor.

Este movimento tem suas semelhanças com o surgimento dos mórmons e a Igreja dos Santos dos Últimos Dias, que ensina que o corpo de escritos inspirados por Deus não se fechou e que Deus tem muita coisa nova para dizer e para revelar aos seus santos através de seus apóstolos.

Infelizmente, assim como os mórmons, os adeptos do movimento apostólico consideram a Bíblia uma fonte importante, mas não única para a fé. Para os apóstolos deste tempo, Deus, através de seus profetas, pode revelar coisas novas, ainda que isso se contraponha a sua Palavra. Basta olharmos para as doutrinas hodiernas que chegaremos à conclusão que os apóstolos do século XXI, acreditam que suas revelações são absolutamente diretivas, normativas e inquestionáveis.
Segundo a bíblia quais deveriam ser as credenciais de um apóstolo?

1. O apóstolo teria de ser testemunha do Senhor ressurreto. Em Atos vemos os apóstolos reunidos no cenáculo, conversando sobre quem substituiria Judas. Em Atos 1.21-22 lemos: “É necessário pois, que, dos homens que nos acompanham todo o tempo que o Senhor Jesus andou entre nós, começando no batismo de João, até ao dia em que dentre vós foi levado às alturas, um destes se torne testemunha conosco da sua ressurreição”. Paulo diz que viu Jesus ressurreto: “Não sou, porventura livre? Não sou apóstolo? Não vi a Jesus, Nosso Senhor?” (1Co 9.1)

2. O apóstolo tinha de ter um chamado especial da parte de Cristo para exercer este ministério. As Escrituras são absolutamente claras em nos mostrar que os apóstolos, incluindo Paulo, foram chamados por Cristo (Mt 10.2-4; Gl 1.11-24).

3. O apóstolo era alguém a quem foi dada autoridade para operar milagres. Isso fica bem claro em 2Coríntios 12.12: “Pois as credenciais do meu apostolado foram manifestadas no meio de vós com toda a persistência, por sinais prodígios e poderes miraculosos”. Era como se ele dissesse: “Como vocês podem questionar meu ofício de apóstolo, se as minhas credenciais foram apresentadas claramente entre vós”. Sinais, milagres e prodígios maravilhosos.

4. O apóstolo tinha autoridade para ensinar e definir a doutrina firmando as pessoas na verdade.

5. Os apóstolos tiveram autoridade para estabelecer a ordem nas igrejas. Nomeavam os presbíteros, decidiam questões disciplinares e questões doutrinárias, e falavam com autoridade do próprio Jesus.

Será que diante destas questões os “apóstolos” da modernidade podem de fato reivindicar o título de apóstolo de Cristo? Por acaso, algum deles viu o Senhor ressurreto? Foram eles comissionados por Cristo a exercerem o ministério apostólico? Quantos dos apóstolos brasileiros ressuscitaram mortos? E suas doutrinas? Possuem elas autoridade para se contraporem aos ensinamentos bíblicos?

Pois é, infelizmente os “apóstolos” do nosso tempo não possuem respostas a estas perguntas.

O posicionamento da ortodoxia evangélica entende que o ministério apostólico cessou com a morte dos apóstolos no primeiro século. Sem a menor sombra de dúvidas, considero a utilização do título “apóstolo” por parte dos pastores como uma apropriação indevida de um ministério, o qual não existe mais nos moldes que vemos no Novo Testamento.

Por: Renato Vargens

Trecho do livro “Reforma Agora – o antídoto para a confusão evangélica no Brasil”, lançamento da Editora Fiel para o mês de setembro.