domingo, 22 de dezembro de 2019

Deus é quem coloca e tira os governantes

"...o Altíssimo domina sobre todos os reinos dos seres humanos e os dá a quem quer, e quando deseja; e pode decidir colocar no poder o mais simples dos homens!" (Daniel 4:17)

Deus tem um propósito para a humanidade, um propósito para os eventos atuais, e Ele realizará esse propósito através da liderança que Ele colocar ou permitir que esteja naquela posição, seja para a bonança, seja para adversidade. 

Em primeiro lugar, é preciso confiar que Deus está no controle de tudo, tanto na bonança, quanto na adversidade. E para confiarmos em Deus, devemos sempre ver as circunstâncias adversas com os olhos da fé, e não com os dos sentidos. Confiar na bonança pode ser mais fácil. O difícil mesmo é continuar confiando na adversidade. A fé para confiar em Deus na adversidade vem apenas pela Palavra de Deus. É apenas das Escrituras, aplicadas a nosso coração pelo Espírito Santo, que recebemos a graça de confiar em Deus na adversidade. "Deus, em seu amor, sempre deseja o que é melhor para nós. Em sua sabedoria, sempre sabe o que melhor, e em sua soberania, tem o poder de concretizá-lo."

A Bíblia registra que Nabucodonosor, um poderoso governante do Império Babilônico há seiscentos anos antes de Cristo, recebeu uma visão de Deus. O profeta Daniel interpretou esse sonho. Daniel explicou que Deus entregou essa visão a Nabucodonosor "para mostrar que o Altíssimo domina sobre todos os reinos dos seres humanos e os dá a quem quer, e quando deseja; e pode decidir colocar no poder o mais simples dos homens!" (Daniel 4:17).

Como está implícito nas palavras de Daniel, Nabucodonosor não era um homem agradável. Ele jogava pessoas vivas em fornalhas acesas se não se curvassem ao seu ídolo. Ele ameaçou assassinar todos os seus conselheiros se eles não interpretassem seu sonho.

Nos últimos tempos, poucos países desenvolvidos experimentaram um governante tão violento. No entanto, a Bíblia mostra claramente que às vezes Deus coloca líderes terríveis em posições de grande poder com o claro propósito de realizar Seus planos.

Certamente, isso ocorreu com o faraó do êxodo, cujo coração Deus endureceu uma e outra vez até o Egito ser humilhado por tratar mal Seu povo Israel. Deus enviou Moisés para dizer a Faraó: "Mas, na verdade, para isso te hei mantido com vida, para te mostrar o Meu poder, e para que o Meu nome seja anunciado em toda a terra" (Êxodo 9:16).

Algumas vezes, Deus esteve diretamente envolvido na escolha de indivíduos a posições muito proeminentes. Ele inspirou o profeta Isaías a anunciar, com antecedência, a ascensão de Ciro, o Grande, ao poder para cumprir Seu propósito (Isaías 45:1). E um século e meio depois, Deus colocou Ciro sobre o Império Persa.

Noutra ocasião, Daniel declarou: "Louvado seja o nome de Deus para todo o sempre… Ele muda as épocas e as estações; destrona reis e os estabelece" (Daniel 2:20-21, NVI). O apóstolo Paulo, escrevendo aos cristãos que viviam na capital do Império Romano, escreveu: "Nenhuma autoridade existe sem a permissão de Deus, e as que existem foram colocadas nos seus lugares por ele" (Romanos 13:1, BLH; Salmos 75:6-7, João 19:10-11).

Isso significa que Deus de alguma forma "endossa" qualquer líder com todas as suas falhas e fraquezas? Não. O que isso significa é que Deus tem um propósito para a humanidade, um propósito para os eventos atuais, e Ele realizará esse propósito através da liderança que Ele colocar ou permitir que esteja naquela posição. E essa liderança permanecerá nessa posição até o dia em que ele quiser. De fato, Deus estabelece e destrona governantes e, em uma democracia, Ele faz isso impulsionando ou refreando a vontade do próprio povo. (Veja como Deus faz isso em Êxodo 3 e 12)

Embora as Escrituras mostrem que, às vezes, Deus realmente decide quem será o governante oficial de uma nação, Ele também permite que as pessoas escolham governantes que não compactuam dos valores ensinados nas Sagradas Escrituras, mesmo em detrimento delas. Em certa ocasião, Ele criticou Seu povo com estas palavras: "Israel desprezou o bem… Eles fizeram reis, mas não por Mim" (Oséias 8:3-4). A lição é clara: Deus só aprova aqueles governantes que não "rejeitam o bem", como definido por Ele. Entretanto, para juízo do povo, ele pode manter aqueles governantes que praticam o mal.

O apóstolo Paulo dá este excelente conselho aos cristãos que questionam o que pensar e fazer quanto aos seus governantes: "Exorto, pois, antes de tudo que se façam súplicas, orações, intercessões, e ações de graças por todos os homens, pelos reis, e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e sossegada, em toda a piedade e honestidade" (1 Timóteo 2:1-2).

Portanto, é nosso dever orar para que Deus proveja governantes que trabalhem para tornar possível ao povo viver "uma vida tranquila e sossegada, em toda a piedade e honestidade", que é agradável e apropriada aos olhos de Deus. É também nosso dever cobrar desses governantes a prática do bem. Entretanto, é fundamental reconhecer a vontade de Deus antes de esperar que Ele ouça nossas orações (ver 1 João 3:22). Até mesmo Jesus, que tinha plena fé nas decisões de Deus, orou: "Todavia não se faça a Minha vontade, mas a Tua" (Lucas 22:42). E é na Palavra de Deus, a Bíblia, onde podemos encontrar Sua vontade revelada.

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