domingo, 21 de agosto de 2016

Comunhão contínua com Cristo

“E a vida eterna é esta: que eles conheçam a ti, que és o único Deus verdadeiro; e conheçam também Jesus Cristo, que enviaste ao mundo” (João 17:3) 

Outra pergunta que as igrejas fazem demais é: “Você quer ir para o céu?”. Alguma vez você escutou alguém dizer: “Bem, não. Eu prefiro ir para o inferno”. Algumas pessoas dizem isso, mas a maioria diz: “Bem, sim, eu gostaria de ir para o céu!”. Meus queridos amigos, entendam isto: “todos querem ir para o céu, eles simplesmente não querem que Deus esteja lá quando eles chegarem. A pergunta não é: “Você quer ir para o céu?”. A pergunta é: “Você quer Deus?” Até mesmo os homens ímpios querem um lugar onde podem ter tudo o que querem! Mas a pergunta para o pecador a quem você está evangelizando é: “Deus tem feito algo em sua vida?” “Existe alguma estima por Cristo?” “Você se envergonha da maneira que, no curso de sua vida, você O ignorou, O odiou, permaneceu apático diante dEle?”, “Há em você um novo desejo de segui-lO, buscá-lO, conhecê-lO, deleitar-se nEle?”

Quando alguém responde “Sim” a todas essas perguntas, então lhes é feita uma segunda pergunta: “Você quer orar e pedir a Jesus que entre em seu coração?” Todos nós já fizemos isso. Vou dizer que essa fórmula, essa linguagem, não se encontra no Novo Testamento. Quero dizer, não temos no livro de Marcos, Capítulo 1, Jesus chegando a Israel e dizendo: “O tempo se cumpriu. O reino de Deus é chegado. Quem gostaria de me aceitar em seu coração”? Nós não vemos isto no dia de Pentecostes: “Ok! Vejo uma mão levantada. Vejo outra mão levantada. Quantos de vocês querem vir à frente? Tragam-no aqui. Todos estão vendo vocês, não podem mais voltar aonde estavam sentados. Agora, repitam esta oração comigo”. Você diz: “Irmão Paul, você está zombando”. Sim, estou, eu estou. Não sei outra forma de dizer isso. Você diz: “Mas, eu fui salvo dessa forma!” Você foi salvo “apesar” dessa forma, não “por causa” dessa forma.

“Mas irmão Paul, temos todos estes textos maravilhosos!” Ok, então vamos vê-los. “Mas a todos os que o receberam...” (João 1:12). Honestamente, você acredita que isso significa a “oração do pecador”? Honestamente, você acredita que isso significa: “Se você se sente incomodado orando, repita o que eu disser”? É isso que significa? Digo, olhe para o texto. De onde saiu isso? Um evangelista disse a um cara que não queria nem mesmo segui-lo em uma oração: “Ok, façamos isto. Eu direi as palavras e se é o que você quer dizer a Deus, aperte minha mão”. “Contemplem o poder de Deus”. “Receba-O”. Eu creio que esta passagem deve ser interpretada no contexto da teologia de João. Significa abrir a própria vida a um companheirismo ou uma comunhão contínua com o Cristo ressurreto, como em João 17:3. Significa receber a Cristo ou alimentar-se dEle como o sustento de sua vida, como em João 6:53: “Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue...”. Você vê? Um homem é salvo somente pela fé, somente pela fé, crendo no que Deus disse acerca de Deus e acerca dEle mesmo, sobre a obra propiciatória de Cristo, sobre a pessoa de Cristo. Assim são salvos. Mas, nesse momento de salvação, de crer, eles estão abrindo as suas vidas à pessoa de Jesus! Somente o fato de terem feito uma oração com certo grau de sinceridade não é uma evidência verdadeira, porque o coração é enganoso e corrupto.

Como você pode definir o grau de sinceridade do seu próprio coração? Como você pode ver, a evidência através do Novo Testamento é esta: você crê para salvação, e a evidência de que você realmente creu é esta: você é salvo somente pela fé em Cristo, mas, se você crê em Cristo verdadeiramente, sua vida estará mais e mais aberta à comunhão e companheirismo com Ele. Não é assim, o convite do Evangelho não aceita a “mentalidade de vacina contra gripe”. Chamamos os homens ao arrependimento e a crer. E se, nesse momento, se arrependem e creem verdadeiramente, nesse momento são salvos, nesse momento! Mas a evidência é mais do que somente sinceridade de uma oração! É a continuação da obra de Deus em sua vida através da santificação.

Por Paul David Washer

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