quarta-feira, 27 de julho de 2016

Templos espirituais

Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e é necessário que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade (João 4:23-24).
Há muito tempo atrás, Jesus estava reunido com seus discípulos em uma montanha, quando, refletindo sobre a razão de sua vinda ao mundo, questionou-lhes: "Mas vós, quem dizeis que eu sou?" (Mateus 16:15). Em sua maioria, as pessoas do tempo de Jesus tinham opiniões confusas a seu respeito. Alguns diziam que ele era João Batista, outros Elias, alguns Jeremias ou um dos outros profetas. Em resposta à pergunta direta de Jesus aos discípulos, Pedro respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo" (Mateus 16:16). Esta verdade inspirada representa a essência do cristianismo, Jesus disse: "Sobre esta rocha edificarei minha igreja" (Mateus 181.8). Em outras ocasiões de seu ministério, Jesus esclareceu a natureza da igreja: a igreja é um reino espiritual. Jesus ensinou muito a respeito de seu reino e, em nenhuma ocasião, existiu margem para interpretação de um reino material em sua natureza.
Foi difícil para os apóstolos conceberem um reino abstraído de templos materiais. Nunca havia existido algo semelhante antes. Até o reino de Israel era material e eles tinham esperança que esse reino fosse restaurado algum dia. Eles não conseguiam entender o ensino de Jesus, repetido tantas vezes, que Seu reino seria um reino espiritual. Mesmo hoje, cerca de 2000 anos após o início do Reino, temos dificuldade em entender a verdadeira natureza da igreja. Nós cobrimos a igreja com todos os adornos de um reino material, criando impedimentos para a sua expansão.
Jesus declarou que a igreja seria edificada sobre sua pessoa. Ele é espírito (embora encarnado por algum tempo para comprar a salvação para o homem) e aquela que é edificada sobre essa fundação espiritual deve necessariamente ser de natureza espiritual. Ao ser apresentado a Pilatos Jesus disse: "O meu reino não é deste mundo: se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; entretanto o meu reino não é daqui" (João 18:36).
Pentecostes foi um completo rompimento com o conceito de reino. Os judeus tinham um território, uma capital, sede de governo, um conjunto de leis escritas, rei e corte; e sendo uma teocracia, um templo onde todos adoravam. O reino de Cristo não possui fronteiras físicas, nem capital, nem sede de governo, nem cortes ou rei terreno. nem código de leis escritas (elas são escritas em tábuas do coração), nem templo terreno. Nosso Senhor disse: “O reino de Deus está dentro de vós" (Lucas 17:21).
A igreja primitiva era completamente desembaraçada. Varreu todo o mundo conhecido, como fogo de campina impelido por uma brisa fresca, em um período de poucos anos. Livre das limitações da igreja institucional materialista da forma conhecida pelo Judaísmo, a igreja Cristã moveu-se desimpedidamente em toda a direção conforme era conduzida pelo Espírito Santo. Qualquer tendência de retorno ao conceito institucional e material do reino coloca limitações sobre a igreja e atrasa seu avanço. A igreja institucional tende a exaltar a sabedoria e habilidades humanas exibidas numa organização humana. Quando a natureza espiritual é preservada, a habilidade humana fica submissa ao poder do Espírito.
Paulo demonstrou isto quando disse à igreja em Corinto: "E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não fui com sublimidade de palavras ou de sabedoria. Porque nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado.
E eu estive convosco em fraqueza, e em temor, e em grande tremor. A minha linguagem e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria, mas em demonstração do Espírito de poder; para que a vossa fé não se apoiasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus” (I Coríntios 2:1-5).
Leia mais sobre o assunto.
Bibliografia:
Holmquist, Gerald. Pattern for Progress

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