quarta-feira, 27 de julho de 2016

O músico no tempo da graça

Que a mensagem de Cristo, com toda a sua riqueza, viva no coração de vocês! Ensinem e instruam uns aos outros com toda a sabedoria. Cantem salmos, hinos e canções espirituais; louvem a Deus, com gratidão no coração. (Colossenses 3:16)

Hoje em dia existe o modismo de os ministros de louvor e os músicos evangélicos serem chamados de levitas. Esse modismo – e outros mais que aparecem de tempos em tempos – surgiu porque as pessoas insistem em continuar debaixo da Velha Aliança.

No tempo de Moisés, os levitas não eram responsáveis pela música no tabernáculo. Embora as orações e os sacrifícios incluíssem o sentido de louvor, adoração e ações de graças, na Lei de Moisés não há nenhuma alusão à parte musical no culto. Somente quando Davi se tornou rei de Israel é que a música foi inserida como parte da adoração.

Davi era músico e compositor desde a sua juventude (I Samuel 16:23). Então, para cumprir o seu propósito, Davi precisava atribuir a tarefa musical a alguém que estivesse disponível, com dedicação integral para isso. Ora, os levitas, embora tivessem outras atribuições, eram as únicas pessoas disponíveis para a mais nova tarefa (Crônicas 9:14-33; 23:1-32; 25:1-7). Havia então entre eles porteiros, guardas, padeiros e também cantores e instrumentistas (II Crônicas 5:13; 34:12).

Pela Velha Aliança, todos os que serviam no trabalho eclesiástico – inclusive os Sacerdotes – eram chamados de levitas, pois eram aqueles que executavam qualquer serviço ligado ao culto. O levita era simplesmente um servo e não alguém para ser servido.

No Novo Testamento não temos referência a músico como levita, nem a ministros de louvor, nem a instrumentistas na igreja. Jesus disse que virá o tempo, e, de fato, já chegou, em que os verdadeiros adoradores vão adorar o Pai em espírito e em verdade. Pois são esses que o Pai quer que o adorem (João 4:23). O ensino apostólico, por sua vez, incentiva todos a prestarem culto ao Senhor, com salmos, hinos e cânticos espirituais (Efésios 5:19; Colossenses 3:16). Portanto, todos – afinados ou não – devem cantar louvores a Deus, independente de haver ou não músicos para guiar os cânticos. Embora, sem dúvida alguma, estes tenham a sua importância no aperfeiçoamento da beleza e da organização dos cânticos.

De fato, os levitas designados por Davi para cuidarem da música tinham a tarefa de profetizar com harpas, alaúdes e saltérios (I Crônicas 25:1). Naquela época, foi composta a maioria dos salmos de Israel. Os levitas eram também profetas. Por meio deles o Espírito Santo falava ao povo. Além disso, eram mestres no que realizavam (I Crônicas 25:7).

Entretanto, hoje estamos sob uma Nova Aliança e temos um vinho novo. E ninguém põe vinho novo em odres velhos, pois o vinho novo romperá os odres; entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão. Pelo contrário, vinho novo deve ser posto em odres novos [e ambos se conservam] (Lucas 5:38-39). Jesus usou a metáfora dos odres exatamente para indicar que o evangelho “novo” que ele trazia não podia ser mantido dentro do “velho” Judaísmo dos fariseus. Essa insistência em colocar vinho novo em odres velhos é a causa de tantos desmazelos que vemos hoje na obra de Deus.

É muito importante que nos desfaçamos do velho jugo, simplesmente porque Jesus Cristo nos trouxe um novo, bem mais suave e leve. Embora muitas pessoas – a exemplo do que aconteceu no primeiro século – prefiram continuar praticando os rituais antigos, é preciso lembrá-los que essa não é mais a vontade perfeita de Deus.

Entretanto, com todo respeito, se o músico no tempo da graça quiser continuar sendo chamado de “levita”, precisa honrar esse nome e se dispor para o serviço e para caminhar em direção a um nível de qualidade excelente de vida espiritual.

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