E todos continuavam firmes, seguindo os ensinamentos dos apóstolos,
vivendo em amor cristão, partindo o pão juntos e fazendo orações (Atos 2:42).
Se forem bem analisados os fundamentos bíblicos, essa frase “templos
emperram a comunhão” também não seria um absurdo.
Templos tendem a desassociar a igreja da vida cotidiana das pessoas. A
igreja torna-se uma organização que está localizada em determinado lugar. A
ênfase está no "ir" a igreja ou "participar" de uma igreja,
ao invés de as pessoas "formarem" a igreja.
Templos promovem a ideia de que comunhão é apenas aquilo que acontece
quando a igreja se reúne entre quatro paredes. A verdadeira comunhão é um
contínuo compartilhar juntos como cristãos em qualquer ocasião. A comunhão não
deveria ficar restrita ao templo.
Templos promovem o sistema de clérigos e leigos e de pregações como
discursos formais. O líder contratado da congregação é o “pregador”. Ele é o
único supostamente capaz de preencher essa função e tomar o lugar de liderança.
Pregar em um ambiente formal deveria ser o tipo menos enfatizado. Contudo, ao
se possuir um templo com cultos formais, é inevitável que um sermão formal seja
o único tipo conhecido por uma típica congregação. Pregar é na verdade o ensino
simples da Palavra em qualquer hora e lugar onde houver ouvintes reunidos.
Qualquer cristão pode participar ativamente do ministério de pregação atribuído
à Igreja. A Bíblia ensina o sacerdócio universal do corpo de Cristo e não essa
divisão entre clérigos e leigos.
Templos separam efetivamente a Igreja da comunidade à qual deveria
servir. O trabalho fica engarrafado em um prédio. Aqueles que não têm
transporte, idosos e as crianças não podem comparecer. Quando o templo
encontra-se distante dos lares dos membros é quase impossível conduzir os vizinhos
consigo. A influência da igreja deveria ser maior na comunidade onde os
cristãos residem. No sistema convencional onde os membros dirigem-se a um
templo para congregar, a comunidade onde os membros residem torna-se a menos
influenciada. Se a Igreja reunisse em casa, a influência seria sentida na
própria comunidade onde residem os cristãos. Tudo se localizaria a pequenas
distâncias.
Templos promovem uma comunhão fragmentada e dividida. Ao invés de
vermos as congregações da cidade como uma unidade exercendo uma influência
concentrada, temos pequenos segmentos às vezes competindo entre si. Cada
segmento tem seu próprio templo e cada grupo trabalha individualmente com pouca
ou nenhuma coordenação ou comunhão com outros. No que se refere às escrituras,
não há indicação desta filosofia segmentada da vida da Igreja. Paulo endereçou
suas cartas à Igreja como um todo em cada um dos grandes centros.
Leia mais sobre o assunto.
Bibliografia:
Holmquist, Gerald. Pattern for Progress
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